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Vozes e vozes que gritam mentiras
Vozes e vozes sussurram verdades
Nos meus ouvidos e meus sentidos
Entorpecidos por tantos alardes
Pelo meu redor uma sangrenta luta
O mesmo sangue que na minha veia pulsa
Povo que enfrentou desde sempre a seca
Querer que eu não seja foda é tipo me insultar
Confusão é não saber o que fazer no mundo
Mesmo assim não querer esse tal destino
Nem primeiro Sol e muito menos segundo
Nos hipnotizam com o tocar de um sino
Arrogância é um apelido pejorativo
Que deram a ambição de querer ser livre
Sentimento de revolta é melhor ativo
Prefiro real e feio que falso e chique
A discórdia rasgou a corda
Que nos unia e quem sabia?
Tudo um plano de um soberano
Que causou dano e ninguém via
Sou de lá onde é segredo
A um distúrbio me assemelho
Lágrimas no mar vermelho
Tenho muita sede, vou bebê-lo
Abaixo meus olhos para ver pelo
Vidro da jaula que me jogaram dentro
É uma ilusão? Uma inundação?
Vozes no porão gritam bem feito!
Vozes e vozes, doses e porres
De afirmações que eu vou conseguir
Vozes e vozes, luzes de postes
Iluminando o caminho a seguir
Catástrofe, todos mortos
Nem vão recolher os corpos
Não vai ser mais desse jeito
Quando sentirem meu efeito
Pousei num cemitério de sonhos
Em cima da lápide de um guerreiro grego
Olhei e era tudo medonho
Uma armadilha em que todos foram pegos
Mas eu tô esperto e dela já me safei
Não me dão a vez? Eu faço a minha vez
Oportunidade não tinha mas já criei
Meu lugar é o céu, de lá nunca sairei
Subirei mais e jamais cairei
Você também vai ou só vai assistir?
Eu tenho vozes que querem me ver parar
Mas a minha voz diz pra eu não desistir
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir um castelo de papel
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir uma torre de Babel
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir um castelo de papel
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir uma torre de Babel
Quer me confundir, mas eu nem tô no seu alcance
Sei que essas vozes querem me subornar
Mas nada que elas dizem impedem que eu avance
Eu voo mais alto do que elas podem chegar
O lance é externo, por isso tiro meu terno
Que não existe porque eu só visto fogo
E o que eu tenho visto não é o inferno
É o interno de todo o povo
A dama da noite me guia, a chama da vida ascende e atira suas brasas
Nado contra a agonia, largo toda sinfonia e abro minhas asas
Sigo meu instinto e deixo o tempo me induzir a chegar onde for
Voo dessa terra além, atravesso a guerra sem armas, só uma flor
E eu faço essa torre cair, faço essa porra por mim
Quebro esse muro sozin, corro sem medo do fim
Morro e volto dos mortos pelos esforços que fiz
Canto meu pranto e meu riso, canto o que a alma pedir
E ninguém vai me impedir, mesmo sem ninguém aqui
Sumo entre os corvos tipo Itachi
Não sei tudo que senti pelos turnos que segui
Faltam peças pra muitos encaixes
Blocos desabam, tijolos soltam, eu vejo
Cada parede se decompôr
Caindo como uma babilônia em peso
Babel não vai mais se recompor
Eu subo sem torre, eu mudo sem sorrir
Eu luto com tudo que eu tenho, sentindo dores
Sigo mentores, vários setores
No meio da linha entre diversões e horrores
Guardo palavras, enquadro na sala
Meus quadros dourados de faces macabras
Veloz tipo bala, voz que não cala
Após uma tempestade nada me abala
Estrelas me olham, me querem com elas
Alto pra ser um arauto à janelas
Querem meu óleo pra pintarem telas
Para o velório dos órfãos da guerra
Espero o momento chegar
Quero o aumento que o tempo vai me pagar
Pra que seja intenso quando o vento mudar
Eu faço de templo os lugares que eu passar
Nem deixei pegadas ainda nesse chão
O meu pagamento vai ser mais que cifrão
Eu surgi do nada pra virar imenso
E é bom falar que isso é só um aquecimento
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir um castelo de papel
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir uma torre de Babel
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir um castelo de papel
Eu juro que eu ainda vou tocar o céu
Sem construir uma torre de Babel
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